2011/05/30
O aborto visto da esquerda
Com intenção ou sem ela, Passos Coelho teve o mérito e a coragem de se pronunciar sobre um tabu inquestionável e sagrado da esquerda: a lei do aborto, ou melhor, o aborto, pois para que querem eles a lei senão para fazer abortos.
Ao dizer que estaria na disposição de reavaliar a lei e, eventualmente, convocar um referendo sobre o assunto, incendiou a esquerda, como se fosse proibido fiscalizar a aplicação de leis ou encontrar outras soluções para velhos problemas. É caso para perguntar: de que têm medo? Que se descubra que, afinal, a lei que “só pretendia evitar que as mulheres fossem parar à cadeia”, descambou numa imparável escalada de abortos, frequentemente reincidentes, ou seja, num fiasco, prova de que esta lei é uma das maiores fraudes políticas da sociedade portuguesa? Ou será que eles acham que 20.000 abortos por ano é coisa sem importância?
Mas a esquerda é sempre assim: esconde, nega, dissimula, engana. E quando a desgraça é inevitável, a culpa é dos outros. O truque é sempre o mesmo: lembram-se do paraíso soviético? Foi derrubado há 20 anos. A realidade teima em não se transformar ao sabor da ideologia esquerdista.
José Sócrates, colhido de surpresa, logo tentou calar Passos Coelho acusando-o de em 2007 ter votado “sim”, o que, no seu entendimento, o impediria agora de questionar a lei. Mas, curiosamente, se Passos Coelho tivesse votado “não”, Sócrates acharia na mesma que, por esse motivo, também se devia calar. Para mandar calar o que não interessa todos os argumentos são bons.
Singularmente cínica é a forma como os defensores do aborto lidam com a palavra dignidade para fins de propaganda. Eles acham que uma lei que facilita o aborto confere dignidade humana por causa da alegada garantia de condições de higiene. A dignidade humana está assim reduzida à higiene. O acto mais hediondo, se realizado em condições de higiene, torna-se, para a esquerda, num primor. A dignidade é da higiene, não das pessoas.
manuelbras@portugalmail.pt
Ao dizer que estaria na disposição de reavaliar a lei e, eventualmente, convocar um referendo sobre o assunto, incendiou a esquerda, como se fosse proibido fiscalizar a aplicação de leis ou encontrar outras soluções para velhos problemas. É caso para perguntar: de que têm medo? Que se descubra que, afinal, a lei que “só pretendia evitar que as mulheres fossem parar à cadeia”, descambou numa imparável escalada de abortos, frequentemente reincidentes, ou seja, num fiasco, prova de que esta lei é uma das maiores fraudes políticas da sociedade portuguesa? Ou será que eles acham que 20.000 abortos por ano é coisa sem importância?
Mas a esquerda é sempre assim: esconde, nega, dissimula, engana. E quando a desgraça é inevitável, a culpa é dos outros. O truque é sempre o mesmo: lembram-se do paraíso soviético? Foi derrubado há 20 anos. A realidade teima em não se transformar ao sabor da ideologia esquerdista.
José Sócrates, colhido de surpresa, logo tentou calar Passos Coelho acusando-o de em 2007 ter votado “sim”, o que, no seu entendimento, o impediria agora de questionar a lei. Mas, curiosamente, se Passos Coelho tivesse votado “não”, Sócrates acharia na mesma que, por esse motivo, também se devia calar. Para mandar calar o que não interessa todos os argumentos são bons.
Singularmente cínica é a forma como os defensores do aborto lidam com a palavra dignidade para fins de propaganda. Eles acham que uma lei que facilita o aborto confere dignidade humana por causa da alegada garantia de condições de higiene. A dignidade humana está assim reduzida à higiene. O acto mais hediondo, se realizado em condições de higiene, torna-se, para a esquerda, num primor. A dignidade é da higiene, não das pessoas.
manuelbras@portugalmail.pt
Etiquetas: Eleições legislativas, Em Defesa da Vida